Médicos investem na bolsa devalores como uma alternativa de expansão de patrimônio e para garantir aaposentadoria segura. Mas é preciso estar atento e preparado para assumirriscos.
Em2006, o neurocirurgião Francisco Vaz aplicou dinheiro em ações bancárias com aexpectativa de gerar um retorno financeiro satisfatório e em longo prazo.Dois anos depois, ele recebeu a notícia da falência do Lehman Brothers, oquarto maior banco de crédito dos Estados Unidos. A queda das ações do banco naBolsa de Nova Iorque anunciava a crise que marcou a economia mundial em 2008.Consequentemente, o médico teve prejuízos, mas não desanimou. Passou a estudaro movimento dos gráficos das ações e constatou que, enquanto um acionista perdedinheiro, o outro lucra com a situação.
Àprimeira vista, a análise pode parecer contraditória àqueles que não têmfamiliaridade com o assunto, mas isso significa que, para uma boa atuação nomercado financeiro, é preciso saber perder pouco. “Na bolsa, ganhar é tão fácilquanto perder. O dinheiro muda de mãos, como em um cabo de guerra”, compara.Com a experiência adquirida, Francisco Vaz lançará, em breve, o livro Bolsade Valores para Médicos (Editora DOC), que escreveu em parceria como também neurocirurgião Francinaldo Gomes. Na obra, os especialistas contamformas de os médicos adotarem o segmento de ações para obter rendimentos acimada média de mercado.
Defato, boa parte do volume financeiro negociado nos últimos anos na Bolsa deValores de São Paulo (Bovespa), vem de pessoas físicas – com poucoconhecimento em finanças, mas com o desejo de investir. Ao mesmo tempo em queo mercado de ações oferece riscos em função da oscilação das bolsas e aiminência de perdas, ele é visto como uma opção para quem deseja receberrendimentos. Desde a criação do Plano Real em 1994, a economia do país entrouem uma fase promissora: a inflação foi controlada e o real tornou-se uma moedaestável, o que incentivou o surgimento de novas empresas. “O investimento nopaís aumentou e os acionistas das pequenas empresas lucraram com esse crescimento”,explica Francinaldo Gomes.
Osprimeiros passos para investir na bolsa
Osinteressados em investir precisam compreender, em primeiro lugar, que a bolsa devalores não é como um “cassino” ou uma “loteria”, onde é possível ganhardinheiro caso tenham sorte. Assim como na Medicina, os investidores precisamlidar com duas condições: a incerteza, pois o mercado é imprevisível; e otrabalho com um plano de ação. Em ambas as áreas, é preciso seguir umaestratégia. Ela depende da quantia e das ações das empresas nas quais sepretende investir.
“Recomendopesquisa por empresas de dois a três setores, como a Siderurgia e aMineração”, sugere Francisco Vaz. Esses setores pertencem ao grupo das bluechips, empresas sólidas e líderes de mercado, com forte capital, que geramlucros aos acionistas. A escolha criteriosa de empresas foi o que tornou omegainvestidor americano Warren Buffett um dos homens mais ricos do mundo, porexemplo.
É recomendáveltambém fazer a simulação de negociação de compra e venda, ao abrir uma contagratuita em umas das corretoras, disponíveis
nosite da Bovespa. Elas prestam o suporte necessário para a opção do investimentode acordo com o tipo de planejamento financeiro, entre outras informações. “Sea ação de uma empresa vale um determinado valor, estude o gráfico de ações eacompanhe seu desempenho. Anote em uma caderneta a data da compra e analiseseus rendimentos até o final do mês. É um treino que pode prevenir atitudesarriscadas e gerenciar riscos”, ensina Francisco Vaz.
Estratégiae bom senso: aliados do mercado financeiro
O cirurgiãovascular Rafael Marafon segue à risca esse conselho. Influenciado pelo pai,que investe em ações há mais de 30 anos, ele diversifica seus investimentos,ou seja, aplica uma parte do capital na bolsa e outros valores em imóveis e emrenda
fixa.Prevendo o comportamento das ações, ele confirma a relação entre rentabilidadee risco: quanto maior a rentabilidade, mais riscos. “Desconfie da oferta delucro muito acima da média. É preciso planejar o orçamento e não gastar maisdo que se ganha. A minha intenção é formar um patrimônio e me aposentar commais tranquilidade”, conta o médico.
Porsua vez, o cirurgião gástrico André Luis Bonini, que também foi prejudicado coma crise financeira de 2008, recuperou o valor em ações e hoje tem plenasegurança em seus investimentos “Aplico cerca de 40% do meu capital na bolsa.Às vezes, chego a aplicar até 50% do capital, mas não ultrapasso mais dametade, pois é considerada uma estratégia agressiva pelos especialistas”,conta o médico que monitora as ações via home broker, ferramenta quepermite negociações pela internet.
Estratégiasà parte, no mercado financeiro o investidor não deve se deixar levar pelaeuforia. É preciso estar preparado para agir e reagir, tal como na Medicina.Apesar de ser lógico, o mercado financeiro é imprevisível. Por essa razão,exige alguns atributos do médico que pretende investir: disciplina, controleemocional, humildade, perseverança, paciência e dedicação. “Cuide de seusinvestimentos assim como você cuida da família e da carreira que os resultadosvirão. Sorte se tem no jogo. No mercado de ações, há metodologia aplicada quetraz retorno em longo prazo”, aconselha Francinaldo Gomes. Uma vez que o médicoentenda a natureza das negociações, ele pode conquistar o sucesso também nomercado financeiro.
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