Estamosvivendo um momento economicamente favorável no Brasil, apesar da previsão deinflação alta para 2011 e do real valorizado: o PIB continua em crescimento, ataxa de desemprego está em níveis razoáveis, há a ascensão das classes C e D e,consequentemente, a venda de planos de saúde está em alta, entre outrosfatores. Uma pesquisa recente, encomendada pelo Instituto de Saúde Suplementare conduzida pelo Datafolha, revela que o desejo de ter em mãos uma carteirinhade plano de saúde é prioridade para brasileiros. A contratação de serviços desaúde é o desejo que fica atrás apenas da vontade de ter uma casa própria.Apesarde serem dados positivos, que direcionam para uma perspectiva de aumento nademanda, algumas reflexões inerentes ao segmento da Saúde se fazem necessárias.(1) Existe, hoje, uma forte consolidação de operadoras de planos de saúdeformando empresas detentoras de grandes fatias de usuários, e, como consequência,com mais poder de negociação. (2) A grande oferta de serviços de saúde, emespecial nas capitais, acirra a concorrência. (3) Operadoras limitam oatendimento e pressionam os preços para baixo, principalmente nos planos queatendem as classes C e D. (4) Surge a necessidade de investimento emtecnologia, pois, apesar de uma remuneração menor, o mercado exige produtos eserviços de última
geração.(5) Temos, ainda, uma forte tendência para investimentos na qualificação dosprestadores de serviços, na busca decertificados de acreditação, processo este incentivado pela Agência Nacional deSaúde Suplementar (ANS).
Estamosdiante de fatos inusitados, perspectivas de aumento de demanda, todavia commargens de lucro diminuindo a cada negociação. Porém, acredito que existe um grandeespaço para atender esta nova camada da população que começa a usufruir osplanos de saúde. Por sinal, tenho convicção que não há alternativa. Contudo, osprestadores de serviços em saúde, diante deste novo cenário, precisam se adequara este contexto. Entre alguns ajustes, destaco a necessidade de uma gestãoprofissional com informações rápidas e precisas, que subsidiem os gestores nosprocessos de negociação e de controle da organização.
Osgestores de clínicas e hospitais terão que se desdobrar para conseguir retorno paraos seus investidores (sócios/proprietários). Se há falta de gestão qualificadae inexistem instrumentos para a negociação, a sustentabilidade financeira emlongo prazo destes prestadores de serviços é incerta. Uma das ferramentasestratégicas que se destacam quando o foco é preço, negociação e margens delucro é a gestão de custos, uma das principais ferramentas de gestão. Afinal, ainformação gerada por um sistema de custos propicia à instituição uma série deinformações fundamentais no controle, na análise do desempenho, na determinaçãodo preço, na avaliação dos serviços e nos produtos mais atrativos.
Agestão dos custos deve servir de instrumento eficaz de gerência eacompanhamento dos serviços. Com a gestão de custos, algumas perguntas podemser respondidas com muita rapidez e clareza. Por exemplo: (1) Informações paravalorização: qual é o custo de uma consulta? Qual o custo do procedimentorealizado na clínica? Do montante recebido de uma operadora por uma consulta,quanto deve ficar com a clínica e quanto deve ser repassado ao profissionalmédico? (2) Informações para controle: quais as maiores variações mensais decustos? E por quê? Qual o ponto de equilíbrio da clínica? Qual o custo daociosidade? (3) Informações para tomada de decisão: qual o melhor preço paravenda? Terceirizar ou contratar? Qual o retorno do investimento no equipamentoX? É factível abrir uma nova unidade na região Y?
Opermanente acompanhamento dos custos, além de responder todas as questões acima,permitirá a implantação de medidas corretivas que visem a um melhor desempenhoda instituição, com base na possível redefinição de processos, aumento deprodutividade, racionalização do uso de capacidade produtiva ou outras medidas administrativas,de forma rápida, eficiente e eficaz.
por Eduardo Regonha
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