Ageração do futuro já é a do presente. Crianças e adolescentes consomem feitoadultos e quem é pai ou mãe sabe muito bem o quanto gastam e como gastam. Essesjovens consumidores são expostos a todo o tipo de publicidade e de informação.Cabe aos pais e educadores impor limites, explicar e orientar sobre o“bombardeio” de tudo o que, se for consumido em excesso, pode comprometer obolso e também a saúde. Asentidades médicas já perceberam alguns abusos e estão travando batalhas parapromover uma vida com mais qualidade. A questão do cigarro é uma das brigasmais antigas e toda a sociedade tem sido beneficiada com as restrições aotabaco nos últimos anos. Conquistas que ainda são singelas, perto do preço quejá se pagou. Afinal, quem não teve uma pessoa muito próxima que morreu emvirtude das consequências de um longo período fumando?
Umanova batalha no Congresso ainda está em curso e pretende tornar todos osambientes fechados livres de tabaco e proibir ao uso de aromatizantes nos cigarros.Eles tornam o fumo mais agradável ao paladar, principalmente aos jovens, noinício do vício, muitos até menores de idade. E o desafio não para por aí. Oque não dizer da exposição dos cigarros em padarias, quase sempre ao lado debalas, gomas de mascar e chocolates, no mesmo golpe de vista para nós, adultos,e para crianças e adolescentes.
Aquestão dos alimentos também é outro ponto que tem tido o apoio das sociedadesmédicas. Muito se tem discutido sobre os limites e as restrições à publicidadede alimentos com alto teor de sódio, de gorduras e de açúcar. Pesquisa recentefeita pelo Ministério da Saúde constatou um excesso de publicidade que promovealimentos que podem fazer mal à saúde. Depois de analisar mais de 4 mil horasde transmissão das TVs, os técnicos do ministério concluíram que 18% daspropagandas são de redes de fast-food, 17% de guloseimas e sorvetes, 14%de refrigerantes e sucos artificiais, 13% de salgadinhos em pacote e 10% debiscoitos, doces e bolos. Somados, são 72% do total dos anúncios.
Épassada a hora de se comunicar com os pequenos, de falar com essa geração e deestar nos ambientes que eles estão, como TVs a cabo, internet, mídias sociais,nas escolas e em todos os locais. A Organização Mundial da Saúde alertou que,nas próximas décadas, o Brasil liderará o mundo em mortes por doençascardiovasculares. Preocupada com essa previsão, a Sociedade Brasileira deCardiologia se mobilizou e criou um Comitê da Criança, com cardiologistas, mastambém com médicos da Sociedade Brasileira de Pediatria, psicólogos,nutricionistas, educadores físicos e estudantes de Medicina.
Eleslevarão informação aos pequenos que sofrerão as consequências da má alimentaçãodaqui a 15 ou 20 anos, caso não mudem agora. Levar informação aos jovens eadolescentes será o grande divisor de águas. Além de auxiliar na formação, ofato de criar hábitos saudáveis pode ser o melhor investimento para asociedade do futuro. Afinal, o grande dilema dos médicos sempre foi convencer opaciente a mudar a rotina de vida, mesmo após detectado um problema de saúdesério mas, que em muitos casos, pode ser de fácil tratamento. Como convenceruma mulher a deixar de usar um brinco que provoca dermatite de contato ou umfumante a largar o cigarro por causa de um enfisema ou, ainda, não comer maisgorduras depois de detectado índice elevado de colesterol? É realmente odesafio diário de todo profissional da Saúde.
Criançase adolescentes bem informados podem também ser multiplicadores de hábitossaudáveis na família e entre os amigos, já que eles estão abertos para recebertal informação. Basta conhecer um pouco da linguagem utilizada por eles,detectar os veículos de comunicação certos e dialogar com transparência e verdade.A comunicação eficiente com esses jovens pode formar uma geração saúde, queserá menos resistente a tratamentos, por exemplo, de doenças crônicas que nãoapresentam sintomas.
por José Roberto Luchetti
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