Umdos itens que considero de maior relevância se o objetivo é tomar decisões é agestão de custos, São muitos os desdobramentos que a informação de custopossibilita ao gestor. Neste artigo, vou comentar sobre a margem decontribuição. O Wikipédia tem uma ótima definição: “1) É a quantia em dinheiroque sobra do preço de venda do serviço após retirar o valor do custo variável eas despesas variáveis. Esta quantia é que garantirá a cobertura do custo fixoe gerar lucro. 2) Ela representa uma margem de cada serviço vendido quecontribuirá para a empresa cobrir todos os seus custos e despesas fixas,chamados de custo de estrutura/suporte”. Antes de avançarmos precisamosdefinir outros conceitos: •Custos variáveis: se alteram na mesma proporção da variação do volume dasatividades. Correspondem aos insumos inerentes à produção. Ou seja, o custo variávelsó acontece caso haja produção.
•Custos fixos: não são influenciados pela variação do volume de atividades,dentro de uma determinada capacidade. Correspondem aos custos vinculados com ainfraestrutura e ocorrem mesmo sem produção.
Comodescrito acima, a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda eo custo variável. Por exemplo: um exame é vendido para uma operadora pelo valorde R$50. Para a realização do exame, incidem os custos variáveis: filme,contraste, honorário do médico que realizou o exame e o laudo, totalizandoR$28. Ou seja, este exame gerou uma margem de contribuição no montante de R$22(R$50 – R$28) ou 44%.
Éprimordial deixar claro que a margem de contribuição não é o lucro (resultadofinal), mas no momento de uma negociação ou de uma tomada de decisão, é uminstrumento de suma importância. Vamos para alguns exemplos. Uma clínicaobteve de receita no mês R$100 mil. Os custos variáveis acumularam um valor deR$47 mil e os custos fixos, R$43 mil, com resultado final (lucro) de R$10 mil.Com a diferença entre R$100 mil e R$47 mil, chegamos a R$53 mil (ou 53% demargem de contribuição), valor que sobrou para cobrir os custos fixos e gerarlucro. Com base nesses números, podemos inferir que se a clínica deseja pelomenos um lucro de 10% nos diversos serviços efetuados, ela deve ter uma margemde contribuição de pelo menos 53%.
Emgeral, uma clínica tem serviços diferentes, bem como valores diferentes dependendoda negociação com a operadora. Portanto, as margens de contribuição têm umagrande variação. Seria muito bom se conseguíssemos que todos os serviçosefetuados tivessem uma margem igual ou superior aos 53% (no caso do exemplo acima).Todavia, nem sempre isso é possível. Já tive a oportunidade de ver situaçõescom serviços que geram margens de 2% até 80% ou mais. Muitos serviços geram margensbem inferiores à desejada, ocasionando um prejuízo para a instituição. Porém,é importante esclarecer que isso não quer dizer que devemos excluir esteproduto ou serviço, pois, apesar de gerar prejuízos, ainda sobra algo na vendadesse item para ajudar a pagar os custos fixos.
Oque é altamente recomendado é evitar ao máximo a ocorrência deprodutos/serviços com margem negativa, pois isso significa que a instituiçãoestá prestando um serviço no qual terá que pagar para realizá-lo. Por exemplo:a operadora remunera a clínica por um determinado evento o valor de R$40.Para a realização desse evento, temos os seguintes custos variáveis: medicação– R$15; honorário do médico – R$22; comissão do profissional que indicou –R$5; totalizando R$42. Ou seja, na realização desse procedimento, não sobrounada para ajudar a pagar os custos fixos e será necessário retirar R$2 (R$40 -R$42) de outro procedimento com margem positiva para cobrir o déficit gerado.
Amargem de contribuição identifica o que realmente sobra para a empresa.Concluindo, lembro, ainda, que muitos segmentos usam o cálculo da margem decontribuição para desenvolver promoções, como as companhias aéreas, queoferecem passagens a valores bem inferiores em determinados horários e voos.
por EduardoRegonha
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